Os rumores se concretizaram: o Google anunciou oficialmente a aquisição de parte da divisão de smartphones da HTC. O negócio, que está sendo chamado de “acordo de cooperação”, envolve a contratação de aproximadamente 2.000 (dos 4.000) funcionários da fabricante taiwanesa e o licenciamento não exclusivo de propriedade intelectual.
É um acordo diferente da Motorola por alguns motivos. Primeiro, a HTC vai manter sua marca e continuar desenvolvendo smartphones de forma independente. Segundo, a negociação envolve principalmente os funcionários; vários deles trabalharam na criação dos smartphones Pixel. Como afirma a Wired, o Google está “pagando US$ 1,1 bilhão para se transformar em uma fabricante de smartphones”.
Em comunicado, Rick Osterloh, vice-presidente sênior de hardware do Google (ele era presidente da Motorola Mobility), diz que os novos funcionários trabalharão na linha de smartphones Pixel — que deverá ganhar dois integrantes em outubro. O objetivo é criar um portfólio de produtos que ofereça “o melhor do software do Google, como o Google Assistente, com um hardware cuidadosamente planejado”.
A HTC, por sua vez, afirma que continuará desenvolvendo sua divisão de realidade virtual, com o headset Vive; e que já trabalha em seu próximo smartphone flagship. As patentes da HTC poderão ser aproveitadas também pelo Google para desenvolver os próximos aparelhos Pixel.
A relação entre Google e HTC é de longa data. A empresa taiwanesa, como lembra o The Verge, era focada em smartphones com Windows Mobile, mas logo se estabeleceu como uma fabricante de Android. O HTC Dream foi o primeiro aparelho com o sistema operacional do Google; o Nexus One, lançado em 2010, foi o primeiro Nexus; e toda a primeira geração do Pixel foi criada por ela.
Mas, embora a HTC produza bons aparelhos, ela não conseguiu pegar uma fatia relevante do segmento de smartphones e amargou prejuízos sucessivos — o que também influenciou na decisão de desistir de grandes mercados, como o brasileiro.
A compra de parte da HTC pelo Google está sujeita à aprovação pelos órgãos regulatórios e deverá ser concluída no começo de 2018.
Será que finalmente teremos smartphones Pixel no Brasil? E mais: será que o Google realmente vai peitar suas “parceiras”, as outras fabricantes de celulares?
Fonte: tecnoblog.net